segunda-feira, 15 de maio de 2023

Motivação vs disciplina + Sommelier de podcast + tratar a doença vs tratar o paciente

Netos e netas de nosso querido brasilzão!!!

Segunda feira clichê: Acordei tarde e sem vontade de trabalhar!!!


Não, meus empenhados dois leitores, apesar da introdução clickbaitiana, não estou aqui para falar mal de trabalhar e nem de ser assalariado (apesar de merecer suas críticas como trabalhar para si vs trabalhar para os outros), não estou aqui para repetir a manada q vive reclamando de trabalhar, sem procurar um emprego melhor e sem procurar se capacitar para melhores oportunidades. [nota: achei esse parágrafo muito grande, não para mim, mas para um produto mais palatável seria interessante quebrar com frases mais curtas].

Estou numa fase no trabalho de criação de produtos. Estou envolvido em uns 3 projetos que hj demandam inspiração tanto com novas ideias, como para convencer pessoas de outras gerências a participar voluntariamente dos meus projetos. E eis a mola propulsora que me jogou para escrever essas palavras de valor análogo a uma bicicleta para um peixe:  acordei sem inspiração!

Esse é um problema que me aflige muito, sou muito dependente de motivação/inspiração para quase todas as minhas áreas profissionais e afetivas. Esse problema já foi identificado em mim, e a solução já foi dada pelo mega empresário guru influencer brasileiro Flávio Augusto: Disciplina! [Tristemente é um dos meus posts com menor número de visitas, mas admito que, embora a mensagem seja excelente, está longe de ser um bom post].

Sejam disciplinados!

A inspiração que falta em minha atividade laboral encontra resíduo mínimo para escrever algo que eu já vinha pensando em escrever, mas não havia escrito por causa do velho e endêmico 'abandono de blog'.

Mas aqui estou mais um dia.

Nas minhas navegações aleatórias pela internet, caí num podcast muito interessante: The Morgan House Podcast.

Podcast em inglês recém criado sobre finanças pessoais que consegue abordar vários temas de finanças pessoais de forma leve e sobre a ótica do comportamento humano.

Num dos episódios, que vou pedir para um dos meus dois leitores postar no comentário se o encontrar, Morgan conta uma história surpreendentemente triste e trágica. No início do século XX, nos EUA, um homem foi fazer o procedimento para extrair um dente. Durante o procedimento, estando o paciente completamente sedado, o dentista viu que seria necessário, além do dente contratado quando o paciente estava lúcido, extrair outros 16 dentes!!! Poderia parar por aí, mas houve outras complicações que levaram o paciente a morte! (avisei que era triste)

A esposa do paciente processou o dentista, não por causa dos riscos naturais dos procedimentos, mas por que mais de 90% do que foi feito não foi consentido, pois o paciente estava desacordado e ela, a esposa, não foi consultada se poderia ser feito procedimentos diferentes do combinado.

Resultado do julgamento: Dentista inocentado!!! (avisei que era trágico)

Se fosse no Brasil, eu não pois eu confio nas instituições, mas, bem provável que haveria um bom número de pessoas que concluiriam: foi (mais um caso de) mutreta no judiciário!!! Não que não possa ter tido isso, mas vamos focar no mérito oficial. O dentista foi inocentado por que o entendimento no início do século XX nos EUA era que o profissional da área de saúde possuía conhecimento técnico suficiente para tomar as decisões que julgasse necessárias durante o procedimento, sem precisar consultar paciente e familiar, uma vez que eles seriam leigos no assunto. Sendo o conhecimento do dentista/médico superior ao do paciente/familiar, estes não teriam a capacidade de tomar melhor decisão que a do profissional, por isso a consulta era inútil e desnecessária.

Muita coisa mudou na área de saúde de lá pra cá. Apesar de sim, a capacidade técnica do médico/dentista ainda ser reconhecidamente superior (já tive algumas consultas que me fazem duvidar dessa afirmação, rs), o mindset mudou de TRATAR A DOENÇA para TRATAR O PACIENTE. O foco deixou de ser a doença em si e todas as etapas do tratamento e passou a ser a melhoria de vida do paciente.

Aqui eu faço o paralelo para o trabalho do Planejador Financeiro (eu queria ser planejador financeiro como um part time job/hobbie). O planejador financeiro ele deve saber qual é a melhor decisão para o patrimônio da pessoa. Mas ele tem que focar no dono do patrimônio. Aqui eu posso usar 2 exemplos:

Imóvel: Compra ou alugar

Financeiramente, na maioria dos casos, a matemática diz que alugar é melhor (para os que ficaram na dúvida quando é melhor comprar, o primo pobre defendeu esse ponto de vista).

 

Uma vez feita as contas, deve-se focar agora no perfil/maturidade o cliente (dono do patrimônio). Ele tem maturidade pra morar de aluguel? Ele tem flexibilidade para ter imóvel retirado a qq momento? A parte que ele "economizaria" alugando, ele conseguiria converter em aumento de patrimônio?

Ficar discutindo comprar x alugar é igual a tratar a doença x tratar o paciente. Existe a solução técnica, mas(!) ela pode não se aplicar a todos.

O outro exemplo é o mais polêmico e até mesmo paradoxal na minha cabeça: FGTS!!!

Não discutindo a rentabilização do FGTS, mas sim seu caráter compulsório e iliquidez. Netos, vc obrigar um adulto a poupar é absurdo tanto pela falta de liberdade que vc dá ao cidadão de fazer o que quiser com seu próprio dinheiro (viés liberal) como não deixar nem ele escolher, salvo raríssimas exceções, no que alocar (chamar de burro). Mas (!), qd eu vejo um brasileiro médio sendo demitido, e ele recebendo uma "bolada" de dinheiro nesse momento complicado, eu fico pensando: se não fosse obrigatório, ele teria esse colchão??? FGTS é um absurdo que não deveria existir que faz bem a muitos celetistas!!!

Esse paradoxo buga minha cabeça.

Posso me estender mais sobre o assunto FGTS (fora essa discussão doença x paciente), mas fica pruma próxima postagem. Deixo a dica do Fernando Ulrich comentando um ocorrido sobre o tema:



E vcs, Netos? São disciplinados ou ainda muito dependente da motivação?

Quais podcasts vcs ouvem?

Imóvel: Comprar ou alugar? FGTS: extinguir ou um mal necessário?


Bora lá!!!

10 comentários:

  1. Eu sofro com esse mesmo problema de falta de disciplina e já cheguei a uma conclusão .

    Falta de disciplina é diretamente causada pela falta de autodomínio , e a falta de autodomínio é consequência direta da imaturidade emocional .

    Preciso resolver isso logo , porque não quero morrer na merda não , meu chapa .

    https://blogderasratel.blogspot.com/

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    1. Fala, Ras, Blz?

      Vc certo, é isso mesmo: Domínio da mente sobre o corpo... Diria até que é domínio da mente sobre as vontades e os sentimentos. Não para ficar robotizado, mas para ter o controle sobre si mesmo. E como vc falou "maturidade emocional".

      Valeu

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  2. Na minha opinião, é evidente que a disciplina e motivação não devem andar separados. É numerador e denominador. É compromisso e sensação. Por vezes fui indisciplinado por falta de motivação suficiente. Mas eu achei ótima sua reflexão.

    Sobre o comprar x alugar. Eu sofro com isso, perdi alguns anos da minha vida tentando seguir o caminho do aluguel, achando que ia conseguir juntar mais dinheiro. Na verdade, acabei perdendo. Então acho que vai muito da pessoa. Tenho amigos que conseguiram fazer isso dar certo. Por isso não vou deixar de financiar meu imóvel, mas vou levar em consideração um planejamento bem elaborado de acordo com minhas finanças pra isso.

    Sobre o FTGS, tenho o mesmo paradoxo. Mas a vida é assim mesmo, uma equação com muitas variáveis.

    Abraços Neto.

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    1. Fala, AMC.

      Justamente é esse o ponto: disciplina e motivação são humanamente interligados. Cabe a gente treinar e condicionar nosso comportamento para que a disciplina nos faça agir em alto desempenho mesmo sem motivação.

      Abs

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  3. Eu preferi comprar o meu imóvel. Se algum dia precisar me mudar, vou deixar o meu alugado e morar de aluguel em outro lugar (e com sorte embolsar a diferença entre os aluguéis).
    Sobre o FGTS, acho que ele é essa faca de 2 gumes que você descreveu. Ele acaba servindo de alento para quem fica desempregado (acho que a maioria iria gastar a grana se ela não fosse compulsoriamente recolhida), e ao mesmo tempo é chato ter o Estado dizendo pra você o que fazer com seu dinheiro, fora o fato de que todos nós recebemos menos do que poderíamos receber caso não existisse o FGTS (mas eu não acho que se ele não existisse o pessoal receberia esse valor a mais no salário, acho que talvez recebesse uns 30%~50% dele, e a empresa embolsaria o resto, mas isso é achismo meu).

    Podcast de finanças eu não escuto nenhum. Muito raramente vejo um vídeo do Bastter. Mas prefiro podcast de outros assuntos (história, literatura, etc.). De vez em quando ouço o Sociedade Primitiva, o 1Mero podcast, Nova Vertente Cultural, etc. Geralmente ouço quando estou lavando a louça ou estendendo a roupa no varal!

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    1. Grande Mago,

      Esse lance do FGTS me faz realmente pensar que se não existisse, a grana não viria 100% pro trabalhador.

      Para isso acho q o estagio intermediário (ou final mesmo) seria continuar a existir o FGTS patrocinado pelo empregador, mas o empregado poderia sacar qt quisesse.

      Ou, sendo preconceituoso, liberar para quem tem nível superior poder sacar, e "proteger" o pessoal com menos estudo (numa correlação sem provas que quem tem mais estudo cuida, ou deveria cuidar, melhor do próprio patrimônio).

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  4. Trabalho com arte e concordo que disciplina é a chave. Quem vê de fora sempre acha que tudo é inspiração, mas como diz o ditado, o resultado é fruto de 99% transpiração e 1% inspiração.

    A constância faz milagres :)

    Abraços!

    https://ficandotranquilo.wordpress.com/

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    1. Boa FT,

      As vezes fico pensando exatamente em pessoas como vc, ou como a empresa 3M... CPF/CNPJ altamente dependente da criatividade e inovação...

      E fico impressionado com a disciplina em criar!!! Isso pra mim é admirável!!!

      Abs

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  5. Disciplina é tudo, porém ela gasta pontos de força de vontade até se tornar algo rotineiro.
    Para mim planejamento e conseguir se ater ao plano é algo que realmente faz a diferença, pois você ganha auto-estima no processo.

    Abraços!

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    1. Fala, CT, blz?

      Exatamente, o caminho para se atingir a disciplina é árduo, seja para exercício físico, dieta, finanças pessoais, ou aprender um instrumento musical. Mas a medida que vc ganha disciplina em uma área é possível transferir um pouco dessa determinação para outras áreas (espero eu) rs

      Abs

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